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domingo, 25 de novembro de 2012

Historias em quadrinhos no Brasil








     As histórias em quadrinhos no Brasil foram publicadas inicialmente no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido comocartunscharges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A edição de revistas próprias de histórias em quadrinhos no país começou no início do século XX. Mas, apesar do Brasil contar com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editoral dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses.

Século XIX

Precursores e primeiros passos (1837 - 1895)

     As histórias em quadrinhos no Brasil começaram a ser publicadas no século XIX. Em 1837, circulou o primeiro desenho em formato decharge, de autoria de Manuel de Araújo Porto-Alegre, que foi produzida através do processo de litografia e vendida em papel avulso.[1] O autor criaria mais tarde, em 1844, uma revista de humor político.

    No final da década de 1860, Angelo Agostini continuou a tradição de introduzir nas publicações jornalísticas e populares brasileiras, desenhos com temas de sátira política e social.Entre seus personagens populares, desenhados como protagonistas de histórias em quadrinhos propriamente ditas, estavam o "Nhô Quim" (1869) e "Zé Caipora" (1883). Agostini publicou nas revistas Vida Fluminense, O Malho e Don Quixote.
Nhô Quim


Zé Caipora

Século XX

O Tico-Tico (1905 - 1957)

Logotipo de O Tico-Tico, criado por Angelo Agostini
Lançada em 11 de outubro de 1905, a revista O Tico-Tico é considerada a primeira revista em quadrinhos do país, concebida pelo desenhista Renato de Castro, tendo o projeto sido apresentado a Luiz Bartolomeu de Souza, proprietário da revista O Malho (onde Angelo Agostini trabalhou,  após o encerramento de Don Quixote)[3]; após aprovada, a revista teve a participação de Angelo Agostini, que criou o logotipo e ilustrou algumas histórias da revista[4]. O formato de O Tico Tico foi inspirado na revista infantil francesa La Semaine de Suzette; a personagem Suzette foi publicada na revista brasileira com o nome de Felismina[5]; Bécassine, outra personagem da revista[6], foi chamada de Chiquita[7]. Tico-Tico é considerada a primeira revista em quadrinhos no Brasil, e teve a colaboração de artistas de renome como J. Carlos (responsável pelas mudanças gráficas da revista em 1922), Max Yantok e Alfredo Storni.

Os suplementos de jornais e o surgimento das editoras (1929 - 1959)

Em Setembro de 1929, o jornal A Gazeta cria um suplemento de quadrinhos no formato tabloide, baseado nos Suplementos dominicais de quadrinhos americanos; no mês seguinte, a Casa Editorial Vecchi (uma editora de origem italiana)[12] lançou a revista Mundo Infantil, porém o sucesso dos suplementos se deu em 1934 com a criação do Suplemento Infantil de Adolfo Aizen. Aizen trabalhava nos jornaisO Globo e nas revistas O Malho e O Tico-Tico; após viajar para os Estados Unidos, conheceu os suplementos de quadrinhos e, ao voltar ao Brasil, conheceu Arroxelas Galvão, representante da King Features Syndicate. Galvão tentará, desde 1932, vender tiras para os jornais brasileiros; a exceção foi o jornal Diário de Notícias que publicava as tiras de Popeye (que foi rebatizado como Brocoió). Aizen negociou com Galvão e assim foi o responsável por publicar pela primeira vez as tiras de aventura de Flash Gordon.
Em 1937, Roberto Marinho entra em contato com Aizen (com quem não falava há três anos) e lhe propõe uma parceria: ambos distribuiriam suplementos de quadrinhos (impressos nas gráficas do O Globo) em vários jornais do país. Aizen recusou a ideia, e em junho do mesmo ano, Marinho lança O Globo Juvenil, suplemento dirigido por Djalma Sampaio, auxiliado por Antonio Callado e Nelson Rodrigues, Rodrigues chegou até mesmo a roteirizar uma adaptações de O Fantasma de Canterville de Oscar Wilde,publicado em 1938 e O Mágico de Oz de L. Frank Baum em 1941, ambos desenhados por Alceu Penna, Franciso Acquarone, passa ser um dos desenhista do tabloide.

Veja abaixo O jornal "O Globo" de Roberto Marinho, foi um dos jornais responsáveis pela implementação dos suplementos de tiras de quadrinhos.


Em 1939, O Globo lança O Gibi para concorrer com Mírim; no ano seguinte, Aizen publica O Lobinho (para evitar que Marinho usasse o nome O Globinho) no jornal A Noite (jornal que fora fundado por Irineu Marinho, pai de Roberto Marinho); na revista foi usado o formato standard[13]. Aizen não gostava do nome escolhido pelo concorrente (que era um termo pejorativo para garotos negros); o nome já havia sido usado por J. Carlos em personagem publicado nas páginas de O Tico-Tico (na época o personagem era grafado como Giby) em 1906[22], e com o tempo, Gibi passou a ser usado como sinônimo de revistas em quadrinhos[23] (algo parecido aconteceu na Espanha, o termo tebeo surgiu do nome da revista TBO)[24]. A revista Mirim deu origem à "Biblioteca Mirim", no formato 9 x 11 cm, uma coleção de 31 pequenos livros ilustrados (também chamados de "tijolinhos"), inspirados nos chamados Big Little Books americanos, o jornal de Marinho lança a "Coleção Gibi" nos mesmo moldes da Biblioteca Mirim.

Em 1940, o jornalista Assis Chateaubriand, lança a revista "O Gury" (mais tarde teria a grafia alterada para "O Guri") com o subtítulo "O Filhote do Diário da Noite", para ser publicada no jornal Diário da Noite, embora tenha registrado o nome da publicação desde 1938. A revista era composta de várias publicações da editora americana Fiction House, que publicava revistas especificas para cada gênero: aventuras espaciais, aventuras nas selvas, lutas, e foi a primeira revista impressa emquatro cores. Chateaubriand havia adquirido modernas impressoras diretamente dos Estados Unidos, e a primeira edição era uma cópia exata da revista Planet Comics #1 da Fiction House; posteriormente, a revista publicou histórias da Fawcett, da King Features e da Timely Comics; o então adolescente Millôr Fernandes trabalhava como ajudante de arquivo na revista O Cruzeiro e, como muitos adolescentes dessa época, era leitor de histórias em quadrinhos (Millôr colecionava o Suplemento Juvenil de Adolfo Aizen) e acabaria sendo um colaborar da revista O Guri.


O gury 1 1940.jpg


Em março de 1947, o ilustrador português Jayme Cortez resolveu se mudar para o Brasil. Cortez havia colaborado na revista portuguesaO Mosquito e no semanário feminino A Formiga. Ao chegar ao país, começa a produzir charges políticas para o jornal O Dia; em maio do mesmo ano, produz a tira semanal "A Caça dos Tubarões", publicada pelo Diário da Noite, e logo em seguida adapta o romance O Guarani, no formato de tiras diárias para o mesmo jornal; em 1949, passa a trabalhar em A Gazeta Juvenil do jornal A Gazeta, onde adapta O rajá de Pendjab de Coelho Neto 


Em julho de 1950, a La Selva adquire, através da Record, os direitos de publicação do personagem "The Black Terror" da Nedor Comics.


Em 1951Miguel Penteado, Reinaldo de Oliveira, Álvaro de MoyaJayme Cortez e Syllas Roberg organizam a Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, onde foram expostas várias artes originais dos autores das tiras de jornal: Alex Raymond (Flash Gordon),Milton Caniff (Terry e os piratas e Steve Canyon), Hal Foster (Tarzan e Príncipe Valente) e Al Capp (Ferdinando)[51], no ano seguinte, os artistas criam a ADESP (Associação dos Desenhistas de São Paulo), uma das principais bandeiras da entidade era a nacionalização dos quadrinhos, ou seja, a criação de cotas para quadrinhos produzidos por artistas brasileiros.

Em 1952, Roberto Marinho resolveu criar uma editora, de início escolheu o nome Editora Globo para fazer alusão ao seu jornal, porém foi impedido, já que Livraria do Globo dePorto Alegre também atuava como editora, assim Marinho cria a Rio Gráfica Editora (mais conhecida pela sigla RGE)

Em 1959 a editora Continental foi fundada por Miguel Penteado, José Sidekerskis, Victor Chiodi, Heli Otávio de Lacerda, Cláudio de Souza, Arthur de Oliveira e Jayme Cortez. Os quadrinhos da Continental eram totalmente produzidos no país, e passaram pela editora: Gedeone MalagolaJúlio ShimamotoFlavio ColinGutemberg MonteiroNico Rosso, Paulo Hamasaki, Wilson Fernandes entre outros. A editora lançou alguns títulos licenciados: Capitão 7 (baseado em uma série de televisão da Rede Record, Capitão Estrela (um super-herói pertencente a Estrela[52], cujo seriado era exibido pela TV Tupi[53]O Vigilante Rodoviário (da TV Excelsior), desenhado por Flavio Colin, e Jet Jackson, um personagem surgido em um programa de rádios dos Estados Unidos com o nome de Captain Midnight; o personagem já havida sido adaptado para os quadrinhos pela editora Fawcettt, no Brasil, essas histórias foram publicadas na revista O Guri.


Década de 1960


Ziraldo publica Pererê, sua primeira revista em quadrinhos pela editora O Cruzeiro



Em 1960, Ziraldo lança a revista Pererê, pela editora O Cruzeiro; Pererê surgira um ano antes nas páginas da revista O Cruzeiro em um série de cartuns[60], e a revista é publicada até 1965[61]. A ADESP, composta por Mauricio de Sousa (presidente), Ely Barbosa (vice), Lyrio Aragão Dias (secretário-geral), Luiz Saidenberg (primeiro-secretário), Daniel Messias (segundo-secretário), Júlio Shimamoto (tesoureiro), José Gonçalves de Carvalho (primeiro tesoureiro) e Ernan Torres, Gedeone Malagola e Enersto da Mata (conselho fiscal), continua sua campanha pela nacionalização dos quadrinhos.







Mauricio de Sousa começa a ampliar seus personagens infantis, surge o Cebolinha (1960)[62]Cascão (1961)[63] e Mônica (1963), esta última baseada em sua própria filha, Mônica Spada; logo em seguida o núcleo de personagens iniciados com Bidu e Franjinha passaria a ser conhecido como A Turma da Mônica[64]. Enquanto publica A Turma da Mônica no jornal Folha de São Paulo, Sousa também lança o herói espacial Astronauta (1963)[65] e homem das cavernas Piteco (1964)[66] pelo jornal paulista Diário da Noite, que também pertence ao conglomerado Diários Associados[67], logo em seguida criaria um syndicate para publicar suas próprias tiras[38].


Mauricio de Souza

Em 1964, o desenhista Minami Keizi resolve apresentar seu personagem Tupãzinho, o guri atômico, em editoras paulistas. Inspirado em Astro Boy, de Osamu Tezuka, o personagem apresentava as características típicas dos mangás(quadrinhos japoneses). Ao ver os desenhos do personagem, o desenhista Wilson Fernandes aconselha Keizi a mudar a anatomia para um estilo mais próximo dos quadrinhos americanos; no ano seguinte, Keizi publica tiras diárias do Tupãzinho no jornal Diário Popular (atual Diário de São Paulo), e desta vez Keizi passa a se basear no estilo dos personagens da Harvey ComicsGasparzinhoRiquinho e Brasinha. No ano seguinte, publica uma revista do Tupãzinho pela editora Pan Juvenil, de Salvador Bentivegna e Jinki Yamamoto, quando Keizi se torna supervisor da editora. A Pan Juvenil não andava bem financeiramente, e ainda em 1966 Keizi publica o Álbum Encantado, pela Bentivegna Editora, com adaptações de fábulas infantis escritas pelo próprio Keizi. O que diferencia essa publicação é que Keizi orientou os desenhistas Fabiano Dias, José Carlos Crispim, Luís Sátiro e Antonio Duarte a seguirem o estilo mangá; logo em seguida Bentivegna e Yamamoto convidam Keizi para ser sócio na EDREL (Editora de Revistas e Livro); o Tupãzinho virou símbolo da EDREL. A editora também foi responsável por revelar outro descendente de japoneses influenciado pelos mangás, Claudio Seto[75].


Em 1967, a Rede Bandeirantes, compra a série de desenhos animados The Marvel Super Heroes, e com isso a EBAL resolve lançar os quadrinhos da Marvel Comics, que era representada no Brasil pela Apla. A editora estabelece uma parceria com os postos Shell, que distribuem edições promocionais gratuitamente para quem abastecesse nos postos da empresa, porém a EBAL não adquire todos títulos da editora americana, prefere lançar os personagens que apareciam nos desenhos animados: Capitão AméricaHulkThor,Namor e Homem de Ferro, enquanto outras editoras pequenas lançam os títulos restantes: a GEP lançou X-MenSurfista Prateado eCapitão Marvel na revista Edições GEP e a Trieste lançou Nick Fury. O Homem-Aranha, só seria lançado pela EBAL em 1969, também por decorrência de um desenho animado. Inicialmente, a editora reproduziu a revista tal qual sua matriz americana, usando o formato americano e 32 páginas, exceto pela ausência das cores; posteriormente, as revistas passaram a ter o dobro de páginas. Segundo o cartunista Ota, os leitores brasileiros não estavam habituados com o método "continua no próximo número", usado pela editora americana.


No final de 1969, a EBAL, por conta do cancelamento da Revista do Mestre Judoca (personagens da Charlton Comics nos EUA), encomenda a Pedro Anísio e Eduardo Baron um novo herói brasileiro: o artista marcial mascarado Judoka.[91][92]. O personagem tinha roteiros escritos por Pedro Anísio e desenhos de Eduardo Baron, Mário José de Lima, Fernando Ikoma e Floriano Hermeto. Em 1973, foi adaptado para os cinemas em um filme estrelado por Pedro Aguinaga e Elisângela); apesar do filme, a revista do herói foi cancelada no mesmo ano[93]. A Rio Gráfica Editora também deu continuidade a personagens de faroeste, que tiveram suas histórias encerradas: Rocky Lane (revista licenciada baseado em um ator de filmes do gênero) e Cavaleiro Negro da Marvel Comics; neste último, para suprimir material, a editora adaptou história do personagem espanhol Gringo, algumas delas produzidas pelo brasileiro Walmir Amaral e pelo italiano Primaggio Mantovi[94]; Primaggio mudara para o Brasil com apenas nove anos de idade. Ainda pela editora, seriam produzidas histórias do Recruta Zero, de Mort Walker[95]. Walmir Amaral e Gutemberg Monteiro também produziriam histórias do Fantasma, de Lee Falk[96].
Em junho de 1969, é lançado o semanário O Pasquim criado pelo cartunista Jaguar, em parceira com os jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral. Também participaram da revista artistas como Ziraldo, Millôr Fernandes, Henfil, Prósperi e Fortuna; no semanário tinha um enfoque comportamental, e com a implementação do Ato Institucional Número Cinco, a publicação ganhou conotação política[97].

                                          


1 comentários:

JOSENI LIMA disse...

Parabéns!!
Belo visual!!
Boa Sorte!!

http://josenidelima.blogspot.com.br/

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